Querido diário

São muitos os que acham que escrever um diário é ridículo e que só o faz quem tem algo a esconder. Acham a expressão “querido diário” uma verdadeira treta e que é pirosa. Pensam que é coisa de raparigas, que só aquelas raparigas que estão perdidamente apaixonadas por alguém escrevem num diário os seus desabafos. Essas pessoas não podiam estar mais enganadas. Um diário pode ser escrito por qualquer pessoa, seja ela homem ou mulher, de qualquer idade e em qualquer altura da sua vida. Um diário não é uma coisa, é muito mais que isso. É ter alguém com quem desabafar, alguém a quem contar a nossa vida, que não nos vai repreender ou julgar, vai apenas ouvir, é ter um amigo. Nas suas páginas ficam gravadas as nossas emoções, as nossas alegrias, os nossos medos e momentos menos bons. É algo com uma enorme utilidade e quem já escreveu um diário sabe do que falo. Não estou a dizer que é obrigatório as pessoas escreverem um diário, às vezes basta pegar numa simples folha e escrever o que nos passa pela cabeça. Por vezes quando estamos felizes sabe bem escrever sobre isso, para mais tarde, quando folhearmos o diário revermos todos os bons momentos que tivemos. Todavia se o dia nos correu terrivelmente mal e algo nos irritou profundamente, é igualmente bom escrever sobre isso, disparatar com o papel, sem nos preocuparmos com mais nada, garanto que o diário não vai ganhar vida e dar-vos uma chapada. Escrevam coisas sem sentido nenhum, coisas que só vocês percebem, coisas fúteis, coisas boas e más…simplesmente escrevam. Agora em Área de Projecto vamos ter de escrever o diário da nossa vida, muita dessa vida será inventada, mas não deixa de ser uma tarefa interessante. Quem sabe se não despertará em cada um de vocês o desejo de pegar num caderno, abrir na primeira página e escrever: “Querido diário, nem vais acreditar no que aconteceu hoje….”